A propósito do lançamento do B. I. das Tabernas
Sábado, às 16.00h, na Casa do Alentejo
O B. I. das Tabernas, que agora se apresenta, da autoria de Luís Correia de Sousa e de Inês de Ornellas e Castro, completa um outro livro desta colecção, o B. I. da Vinha e do Vinho, escrito pelo mesmo autor e por Ivone Alves (2012).
No entanto, e desde o primeiro instante da criação desta editora, o sagrado néctar tem estado presente. Um dos primeiros livros de cordel que publicámos foi uma raridade bibliográfica publicada em Goa, pela Imprensa Nacional, em 1870. O arrependimentos dos inimigos de deus Baccho e a reconciliação dos amigos da pinga: para ser recitado no festejos do mesmo Baccho em dia de S. Martinho. Impresso em Lisboa em 1839, e reimpresso em Goa com o additamento de Um sermão do mesmo deus Baccho, por Um Curioso.
Anos mais tarde, com a criação da colecção «papoulas gustativas», republicámos um outro folheto antigo: Nova ladainha de S. Martinho com as suas competentes orações (2007). Acrescentou-se-lhe uma espécie de apresentação, assinada pela Madre Maria-Gomes Noé, intitulada «Novíssima ladainha de S. Martinho ou farta oração ao vinho, à guisa de prefácio a um opúscúlo de 1875, despudoradamente topado nos baquisconsos da Biblioteca Nacional».
Nesse mesmo ano, decidimos voltar a trazer a público a grande epopeia do vinho que, provavelmente a maioria dos leitores desconhece e da qual, antes da nossa edição, outras houve ao longo dos tempos. Escrita 18 anos após a publicação de Os Lusíadas, por 4 estudantes da Universidade de Évora, intitula-se: Festas Bacanais: conversão do primeiro canto d'Os Lusíadas do grande Luís de Camões. Vertidos do humano em o de-vinho por uns caprichosos actores: o Dr. Manuel do Vale, Bartolomeu Varela, Luís Mendes de Vasconcelos e o licenciado Manuel Luís, no ano de 1589. Trata - nada mais, nada menos - da atribulada viagem do capitão Vasco Bagulho, de Alcochete a Évora, passando, pois, inda além de Peramanca.
Ainda na mesma colecção, em 2011, publicámos uma antologia de textos populares dedicados a S. Martinho, ao vinho e aos bêbedos: Credo do Borracho.
Por essa mesma altura, fizémos para a colecção «as idades dos sabores», do Centro das Artes Culinárias do Mercado de Santa Clara, uma pequena obra com provérbiops dedicados ao vinho, ao porco e às castanhas: No dia de S. Martinho, mata o teu porco, chega-te ao lume, assa castanhas e bebe o teu vinho.
E chegámos ao fim por enquanto. Mas deixamos a promessa de presentear Baco e todos os nossos leitores com os textos que formos achando nos cafundós das bibliotecas e nas cachimónias dos amantes da pinga.