quarta-feira, 9 de março de 2016

«As Modas Femininas do Século XVIII em Portugal», de Júlio Dantas



Publicado em 2004, este é 10.º livro da colecção Ora e Outrora. Escrito por Júlio Dantas, este ensaio aborda, com acutilância, a moda adoptada pelas portuguesas do século XVIII. Dos cabelos às toilettes, tudo foi desnudado por Dantas.


Eis alguns excertos:

«Durante quarenta anos, o modelo foi classicamente o mesmo: a «frança» imobilizou-se no mesmo tipo, vestiu-se do mesmo modo, gesticulou do mesmo modo, pensou do mesmo modo. Era uma espécie de boneca armada sobre arames, à francesa, com uns imensos «paniers» a que chamavam em Portugal «bambolins», tão monstruosos que não cabiam pelas portas senão de esguelha (…)»

«Daí, cuidados excessivos nas descidas dos coches, dos florões, dos estufins, a criada grave logo a aconchegar o guarda-pé da menina, a puxar-lhe a saia, a ajustá-la ao estribo, não fosse alguém ver-lhe a ponta sequer do pé pequenino (…)»

Dirigida por Fernanda Frazão, a Colecção «Ora e Outrora» foi uma das primeiras colecções da Apenas Livros. Tem a finalidade de dar a conhecer textos de autores portuguesas injustamente esquecidos e outros que não se inserissem em colecções específicas.

terça-feira, 1 de março de 2016

«Modistas e Cabeleireiros (Século XIX)», de Pinto de Carvalho (Tinop)




Publicado em 2008, Modistas e Cabeleireiros é o 23º livro da colecção Ora e Outrora. Escrita por Tinop (pseudónimo de Pinto de Carvalho), esta obra apresenta-nos as modistas e os cabeleireiros, sob um olhar arguto, lapidar e pitoresco. Pode ser encomendada através do endereço electrónico apenaslivros2@gmail.com por 2,82 euros mais portes de envio.

Eis alguns excertos:

«Antes da Revolução Francesa, D. Maria I e D. Carlota Joaquina faziam vir os paniers de cour e paniers de robe da modista parisiense Desmarets. Os vestidos de amazona para D. Maria I eram modelados pelos de Maria Antonieta.»

«O Pina Manique tentou pôr embargos ao laconismo da vestidura feminina e expediu um aviso aos Corregedores dos Bairros, proibindo que as modistas confeccionassem as toilettes pelos figurinos parisienses, sob pena de prisão no castelo de S. Jorge.»

«Entre as antigas lojas de modas, sobressaiam o Silva das Modas, no Pote das Almas, a Califórnia, à esquina do Rossio e da Betesga, e o Monte de Oiro, à esquina do Chiado e da Rua do Carmo.»

A segunda parte do livro é dedicada ao cabeleireiros. Na História apresentam-se vários exemplos: Mr. Beloné (cabeleireiro do infante D. Manuel), Mr. Lafontaine, especialista nas cabeleiras de seis andares de bucles que ornamentavam a cabeça de D. Carlota Joaquina. 


 

«Os pisa-flores de 1801 sujeitavam os seus topetes às prestezas manuais de José Henriques da Silva, cabeleireiro do barão de Quintela, assistente no 3º andar do prédio nº 62 moderno, do Chiado. (…)»

«Encontramos um cabeleireiro histórico em Manuel Lopes de Carvalho, barbeiro e amigo de Bocage, estabelecido, de 1791 até 1820, na loja nº 41 moderno do Chiado, junto à Rua Ivens, loja ainda hoje ocupada por uma barbearia. O dicaz Manuel Maria pagava-lhe um vintém, preço da época, por cada barbadela e flagelava-o com os seus rasgos satíricos.»


Jornalista de profissão, João Pinto de Carvalho (1858-1930), que utilizou o pseudónimo de Tinop, foi um dos sócios fundadores do grupo «Amigos de Lisboa» e um dos grandes estudiosos dos costumes de Lisboa entre os séculos XVII e XIX. As suas investigações olisipográficas constituem, ainda hoje, referências incontornáveis.

Dirigida por Fernanda Frazão, a Colecção «Ora e Outrora» foi uma das primeiras colecções da Apenas Livros. Tem a finalidade de dar a conhecer textos de autores portuguesas injustamente esquecidos e outros que não se inserissem em colecções específicas.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

«Chapéus…houve muitos», de Pinto de Carvalho (Tinop)



Publicado em 2014, Chapéus… houve muitos é o 31º livro da colecção Ora e Outrora. Escrito por Tinop (pseudónimo de Pinto de Carvalho), é um autêntico tratado sobre alguns chapéus do século XIX, quer na moda masculina, quer na feminina.

Eis alguns excertos:

«Alguns higienistas prescrevem, em nome da higiene, o chapéu alto, que se tornou o emblema das democracias igualitárias, porque cobre indistintamente a cabeça do aristocrata elegante e do operário laborioso».

 

«E o segundo é que, em Lisboa, as mulheres cuidam mais dos chapéus do que das botas, ao contrário dos homens, que se preocupam mais com os pés do que com a cabeça, e tanto assim, que os transeuntes masculinos das ruas olham muito para as botas uns dos outros».


Jornalista de profissão, João Pinto de Carvalho (1858-1930), que utilizou o pseudónimo de Tinop, foi um dos sócios fundadores do grupo «Amigos de Lisboa» e um dos grandes estudiosos dos costumes de Lisboa entre os séculos XVII e XIX. As suas investigações olisipográficas constituem, ainda hoje, referências incontornáveis.

Dirigida por Fernanda Frazão, Ora e Outrora foi uma das primeiras colecções da Apenas Livros. Tem a finalidade de dar a conhecer textos de autores portuguesas injustamente esquecidos e outros que não se inserissem em colecções específicas.

domingo, 22 de novembro de 2015

cadeRnos suRRealistas sempRe

 
 
 
Iniciamos, com 5 títulos, uma nova colecção. Nunca houve qualquer outra sobre o tema, ainda que sejam muitos os trabalhos dispersos sobre o tema. Procuraremos juntar textos sobre a história do surrealismo e trabalhos inéditos
É a terceira colecção dirigida por Maria Estela Guedes. Para mais, tem uma bela capa da pintora Maria Tomás.
Veja-se o que destas obras diz Maria Estela Guedes, na Revista online Triplov:
 
«Parece que temos em Portugal, pela primeira vez, uma coleção inteiramente dedicada ao Surrealismo. Revistas tem havido várias: Pirâmide, Grifo e publicações coletivas, como antologias. Aliás, "Triplov" é o nome de uma revista surrealista fundada em Nova Iorque por André Breton, a VVV - triplo V. Como se sabe, atualmente o TriploV é um dos mais importantes repositórios digitais de materiais e autores surrealistas, que tentaremos publicar na Apenas Livros, com preferência para os portugueses.

O Surrealismo tem quase 100 anos, devia por isso estar já bem estudado e difundido, bem arrumado nas prateleiras das bibliotecas académicas. Tal não tem acontecido; de um lado, apesar dos 100 anos, é-nos ainda demasiado próximo; de outra parte, o Surrealismo permanece movimento fluido e ativo; finalmente, a sua vertente libertária e rebelde, contestatária, manifesta muitas vezes em atos e discursos que a moral de sacristia condena, não é decerto apetecível para investigadores bem comportados.

Por mim, confesso: o Surrealismo desafia-me e envergonha-me. Envergonha-me porque estou sempre a descobrir surrealistas que não sabia que o eram. No próprio Triplov, imaginem! Peço perdão pela minha ignorância, os surrealistas assemelham-se a uma termiteira, entram e saem dela formigas que nunca mais acabam! E artistas bem interessantes, bem contundentes na sua crítica social, costela que o
hasard bretoniano fez que recebesse a designação de abjecionismo ou surrealismo português. Como reparação, proponho-me assim, na medida das minhas capacidades, juntar na coleção cadeRnos suRRealistas sempRe trabalhos sobre o Surrealismo e criação pura de surrealistas que retratem essa tão pujante, poética, divertida, desconcertante e maldizente arte que foi a mais importante contribuição da modernidade para a cultura europeia do século XX e no nosso país constituiu terreno fértil para o desenvolvimento de artistas que não só deram poderes à imaginação como tornaram a liberdade poética uma prática de contestação política».
 
 

terça-feira, 24 de março de 2015

A propósito do lançamento do B. I. das Tabernas

Sábado, às 16.00h, na Casa do Alentejo

 

 
 
O B. I. das Tabernas, que agora se apresenta, da autoria de Luís Correia de Sousa e de Inês de Ornellas e Castro, completa um outro livro desta colecção, o B. I. da Vinha e do Vinho, escrito pelo mesmo autor e por Ivone Alves (2012).
 
No entanto, e desde o primeiro instante da criação desta editora, o sagrado néctar tem estado presente. Um dos primeiros livros de cordel que publicámos foi uma raridade bibliográfica publicada em Goa, pela Imprensa Nacional, em 1870. O arrependimentos dos inimigos de deus Baccho e a reconciliação dos amigos da pinga: para ser recitado no festejos do mesmo Baccho em dia de S. Martinho. Impresso em Lisboa em 1839, e reimpresso em Goa com o additamento de Um sermão do mesmo deus Baccho, por Um Curioso.
 
 

 



Anos mais tarde, com a criação da colecção «papoulas gustativas», republicámos um outro folheto antigo: Nova ladainha de S. Martinho com  as suas competentes orações (2007). Acrescentou-se-lhe uma espécie de apresentação, assinada pela Madre Maria-Gomes Noé, intitulada «Novíssima ladainha de S. Martinho ou farta oração ao vinho, à guisa de prefácio a um opúscúlo de 1875, despudoradamente topado nos baquisconsos da Biblioteca Nacional».
 
 
 
 
Nesse mesmo ano, decidimos voltar a trazer a público a grande epopeia do vinho que, provavelmente a maioria dos leitores desconhece e da qual, antes da nossa edição, outras houve ao longo dos tempos. Escrita 18 anos após a publicação de Os Lusíadas, por 4 estudantes da Universidade de Évora, intitula-se: Festas Bacanais: conversão do primeiro canto d'Os Lusíadas do grande Luís de Camões. Vertidos do humano em o de-vinho por uns caprichosos actores: o Dr. Manuel do Vale, Bartolomeu Varela, Luís Mendes de Vasconcelos e o licenciado Manuel Luís, no ano de 1589. Trata - nada mais, nada menos - da atribulada viagem do capitão Vasco Bagulho, de Alcochete a Évora, passando, pois, inda além de Peramanca.
 
 


Ainda na mesma colecção, em 2011, publicámos uma antologia de textos populares dedicados a S. Martinho, ao vinho e aos bêbedos: Credo do Borracho.


 
 
Por essa mesma altura, fizémos para a colecção «as idades dos sabores», do Centro das Artes Culinárias do Mercado de Santa Clara, uma pequena obra com provérbiops dedicados ao vinho, ao porco e às castanhas: No dia de S. Martinho, mata o teu porco, chega-te ao lume, assa castanhas e bebe o teu vinho.
 


E chegámos ao fim por enquanto. Mas deixamos a promessa de presentear Baco e todos os nossos leitores com os textos que formos achando nos cafundós das bibliotecas e nas cachimónias dos amantes da pinga.
 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Sábado 31 de Janeiro, 19 horas, Tertúlia de Tony Klauf na Geladaria Résvés

 
No próximo sábado, às 19 horas, venha conhecer Tony Klauf à Geladaria Résvés, no Jardim da Parada, em Campo de Ourique. Por apenas 6 euros, terá direito a um crepe, uma bebida e um livro.
 
Tony Klauf é o pseudónimo artístico de António Ribeiro, um dos grandes cultores do ilusionismo da actualidade mundial. Interessado desde cedo nesta arte, em que foi autodidacta, construiu ele mesmo os seus aparelhos de ilusionismo. Este facto contribuiu para produzir material para os seus confrades.

Além de espectáculos e de conferências, foi também consultor e formador. Promoveu, ainda, várias exposições ligadas à magia e construiu, supervisionou e criou efeitos especiais e grandes ilusões em programas televisivos, peças teatrais, filmes, etc.

Possui a maior e mais completa biblioteca portuguesa ligada aos temas do ilusionismo e afins e, nos últimos anos, passou a fazer parte do grupo português de «História dos Jogos», tendo participado em todas as jornadas anuais com artigos de investigação.

É autor de diversos artigos sobre prestidigitação e ilusionistas portugueses e, ainda, das seguintes obras: «O Seu a Seu Dono», «Bibliografia Portuguesa de Ilusionismo até ao Século XIX», «A Importância do Baralho Ordenado no Ilusionismo», «Do Palácio dos Carrancas ao Teatro Minerva», «David Castro, Prestidigitador e Poeta».
 
Para abrir o apetite, aqui ficam algumas imagens alusivas a temas que não deixarão de ser tratados.
 
 

 Obra de Tony Kauf sobre o poeta e prestidigitador David Castro.
 
 
«O Prestidigitador Moderno», livro que editámos recentemente, é o facsimile de uma obra que ensina truques de ilusionismo, muitos deles ligados à ciência.
 
 
O Adivinhão é um jogo simples de adivinhação de números.


Neste caso, o verso de cada cartão contém imagens de património lisboeta: batentes de portas e a caravela e os corvos, insígnia de Lisboa.
 
 
 
 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sábado 17 de Janeiro, 15 horas, Grupo de Amigos de Lisboa


No próximo sábado, pelas 15 horas, Fernanda Frazão estará no Grupo de Amigos de Lisboa (Rua Portugal Durão, 58A, Lisboa) para a conferência «Real Fábrica das Cartas de Jogar: os baralhos portugueses (séculos XVIII e XIX)».

Sobre este tema, a autora - e editora da Apenas Livros - tem já várias obras publicadas, entre as quais destacamos a «História das Cartas de Jogar em Portugal e da Real Fábrica de Cartas de Lisboa: do séc. XV até à actualidade».

Não percam!