cadeRnos suRRealistas sempRe
Iniciamos, com 5 títulos, uma nova colecção. Nunca houve qualquer outra sobre o tema, ainda que sejam muitos os trabalhos dispersos sobre o tema. Procuraremos juntar textos sobre a história do surrealismo e trabalhos inéditos
É a terceira colecção dirigida por Maria Estela Guedes. Para mais, tem uma bela capa da pintora Maria Tomás.
Veja-se o que destas obras diz Maria Estela Guedes, na Revista online Triplov:
«Parece que temos em Portugal, pela primeira vez, uma coleção
inteiramente dedicada ao Surrealismo. Revistas tem havido várias: Pirâmide, Grifo e publicações coletivas, como antologias. Aliás,
"Triplov" é o nome de uma revista surrealista fundada em Nova Iorque
por André Breton, a VVV - triplo V. Como se sabe, atualmente o TriploV é um
dos mais importantes repositórios digitais de materiais e autores surrealistas,
que tentaremos publicar na Apenas Livros, com preferência para os portugueses.
O Surrealismo tem quase 100 anos, devia por isso estar já bem estudado e difundido, bem arrumado nas prateleiras das bibliotecas académicas. Tal não tem acontecido; de um lado, apesar dos 100 anos, é-nos ainda demasiado próximo; de outra parte, o Surrealismo permanece movimento fluido e ativo; finalmente, a sua vertente libertária e rebelde, contestatária, manifesta muitas vezes em atos e discursos que a moral de sacristia condena, não é decerto apetecível para investigadores bem comportados.
Por mim, confesso: o Surrealismo desafia-me e envergonha-me. Envergonha-me porque estou sempre a descobrir surrealistas que não sabia que o eram. No próprio Triplov, imaginem! Peço perdão pela minha ignorância, os surrealistas assemelham-se a uma termiteira, entram e saem dela formigas que nunca mais acabam! E artistas bem interessantes, bem contundentes na sua crítica social, costela que o hasard bretoniano fez que recebesse a designação de abjecionismo ou surrealismo português. Como reparação, proponho-me assim, na medida das minhas capacidades, juntar na coleção cadeRnos suRRealistas sempRe trabalhos sobre o Surrealismo e criação pura de surrealistas que retratem essa tão pujante, poética, divertida, desconcertante e maldizente arte que foi a mais importante contribuição da modernidade para a cultura europeia do século XX e no nosso país constituiu terreno fértil para o desenvolvimento de artistas que não só deram poderes à imaginação como tornaram a liberdade poética uma prática de contestação política».
O Surrealismo tem quase 100 anos, devia por isso estar já bem estudado e difundido, bem arrumado nas prateleiras das bibliotecas académicas. Tal não tem acontecido; de um lado, apesar dos 100 anos, é-nos ainda demasiado próximo; de outra parte, o Surrealismo permanece movimento fluido e ativo; finalmente, a sua vertente libertária e rebelde, contestatária, manifesta muitas vezes em atos e discursos que a moral de sacristia condena, não é decerto apetecível para investigadores bem comportados.
Por mim, confesso: o Surrealismo desafia-me e envergonha-me. Envergonha-me porque estou sempre a descobrir surrealistas que não sabia que o eram. No próprio Triplov, imaginem! Peço perdão pela minha ignorância, os surrealistas assemelham-se a uma termiteira, entram e saem dela formigas que nunca mais acabam! E artistas bem interessantes, bem contundentes na sua crítica social, costela que o hasard bretoniano fez que recebesse a designação de abjecionismo ou surrealismo português. Como reparação, proponho-me assim, na medida das minhas capacidades, juntar na coleção cadeRnos suRRealistas sempRe trabalhos sobre o Surrealismo e criação pura de surrealistas que retratem essa tão pujante, poética, divertida, desconcertante e maldizente arte que foi a mais importante contribuição da modernidade para a cultura europeia do século XX e no nosso país constituiu terreno fértil para o desenvolvimento de artistas que não só deram poderes à imaginação como tornaram a liberdade poética uma prática de contestação política».