Publicado
em 2008, Modistas e Cabeleireiros é o 23º livro da colecção Ora e Outrora. Escrita por Tinop
(pseudónimo de Pinto de Carvalho), esta obra apresenta-nos as modistas e os cabeleireiros,
sob um olhar arguto, lapidar e pitoresco. Pode ser encomendada através do endereço electrónico apenaslivros2@gmail.com por 2,82 euros mais portes de envio.
Eis
alguns excertos:
«Antes da Revolução Francesa, D. Maria
I e D. Carlota Joaquina faziam vir os paniers
de cour e paniers de robe da
modista parisiense Desmarets. Os vestidos de amazona para D. Maria I eram
modelados pelos de Maria Antonieta.»
«O Pina Manique tentou pôr embargos ao
laconismo da vestidura feminina e expediu um aviso aos Corregedores dos
Bairros, proibindo que as modistas confeccionassem as toilettes pelos figurinos parisienses, sob pena de prisão no
castelo de S. Jorge.»
«Entre as antigas lojas de modas,
sobressaiam o Silva das Modas, no
Pote das Almas, a Califórnia, à
esquina do Rossio e da Betesga, e o Monte
de Oiro, à esquina do Chiado e da Rua do Carmo.»
A segunda parte do livro é dedicada ao
cabeleireiros. Na História apresentam-se vários exemplos:
Mr. Beloné (cabeleireiro do infante
D. Manuel), Mr. Lafontaine,
especialista nas cabeleiras de seis andares de bucles que ornamentavam a cabeça
de D. Carlota Joaquina.
«Os pisa-flores de 1801 sujeitavam os
seus topetes às prestezas manuais de José Henriques da Silva, cabeleireiro do
barão de Quintela, assistente no 3º andar do prédio nº 62 moderno, do Chiado.
(…)»
«Encontramos um cabeleireiro
histórico em Manuel Lopes de Carvalho, barbeiro e amigo de Bocage,
estabelecido, de 1791 até 1820, na loja nº 41 moderno do Chiado, junto à Rua
Ivens, loja ainda hoje ocupada por uma barbearia. O dicaz Manuel Maria
pagava-lhe um vintém, preço da época, por cada barbadela e flagelava-o com os
seus rasgos satíricos.»
Jornalista
de profissão, João Pinto de Carvalho (1858-1930),
que utilizou o pseudónimo de Tinop,
foi um dos sócios fundadores do grupo «Amigos de Lisboa» e um dos grandes
estudiosos dos costumes de Lisboa entre os séculos XVII e XIX. As suas
investigações olisipográficas constituem, ainda hoje, referências
incontornáveis.
Dirigida
por Fernanda Frazão, a Colecção «Ora e
Outrora» foi uma das primeiras colecções da Apenas Livros. Tem a finalidade
de dar a conhecer textos de autores portuguesas injustamente esquecidos e
outros que não se inserissem em colecções específicas.